Layla Motta: Ainda há um longo caminho até minha casa
"Ainda há um longo caminho até minha casa". É com essa distância estabelecida que Layla Motta nos convida para uma travessia emocional em um território estrangeiro. Ruas e trilhas vazias, fachadas indeterminadas, personagens de costas — aproximações que se repetem, mas não se realizam. Cercada por estranhamento, ela insiste em buscar uma linguagem visual e poética capaz de expressar um processo íntimo de dissociação e ruptura. É assim que o Japão deixa de ser um cenário ou um objeto de observação, e se torna a própria dissonância entre o universo interior da fotógrafa e sua realidade objetiva. No emaranhado da neblina, fragmentos de textos são oferecidos como pistas para a história que está sendo contada; bambus longos e finos que crescem de suas unhas, pequenos caranguejos que despejam de seus olhos. O caminho de troncos esverdeados e raízes torcidas nos aponta para a clareza das formas orgânicas, e, em seu mergulho final no sentimento oceânico, nos deparamos senão com um desfecho, mas com o conforto em tudo aquilo que é inconclusivo.
19x24m, 128 páginas, capa dura, português