“Gravado em fita analógica com atenção às técnicas de produção dos discos brasileiros dos anos 60 e 70… Rastilho explora texturas da música folclórica com um estilo de toque contundente e percussivo, além de uma energia vibrante que remete à experiência de Kiko na cena punk da cidade… uma execução vívida, com pulsos rítmicos e ressoantes.” PITCHFORK
Em Rastilho, Kiko Dinucci absorve a linhagem de guitarristas brasileiros como Dorival Caymmi, João Gilberto, Baden Powell, Jorge Ben e Gilberto Gil — mas filtrada através de sua visão musical singularmente ‘punk’.
Seu estilo é cru — tecnicamente, parece atacar as cordas da guitarra; liricamente, explora a cultura afro-brasileira, a escravidão, os revolucionários brasileiros, o candomblé e o cristianismo evangélico.
Kiko Dinucci é um dos artistas mais inovadores da música brasileira contemporânea – além de ser membro do Metá Metá, que combina elementos da música brasileira, candomblé, punk rock e jazz livre, ele trabalhou com Tom Zé, Criolo e Elza Soares.
Kiko: "Eu queria fazer um álbum dedicado à guitarra há muito tempo. Quando criança, eu tratava a guitarra como um brinquedo. Na adolescência, com a guitarra toda remendada com pedaços de fita adesiva, eu tentava reproduzir riffs de rock pesado, enquanto me inspirava nas obras afro de Baden Powell e nas guitarras de Dorival Caymmi, João Bosco, Jorge Ben e Gilberto Gil. Nos anos 90, minha experiência na cena hardcore de São Paulo foi refletida pelo tempo que passei nas atividades de candomblé - ambas moldaram a forma como toco guitarra hoje."
☆☆☆☆☆ “Disco do Ano” APCA 2020
☆☆☆☆☆ “Melhor Capa” no Prêmio Multishow 2020
☆☆☆☆☆ “Melhor Gravação” no Prêmio Multishow 2020
Um acidente de skate e dois ossos do pé quebrados: uma ruptura literal inspirou Kiko Dinucci a conceber “Rastilho”. Sem condições de usar os pedais da guitarra elétrica, retornou ao violão – seu fiel acompanhante desde os primórdios da carreira que, porém, andava meio encostado nas incursões mais recentes por palcos e estúdios.
O processo de recuperação do trauma físico foi acompanhado de uma reinvenção do instrumento: ele próprio aparenta ter sido também fraturado e reconstruído para fazer surgir um outro timbre e uma batida tocada com fúria e urgência nos ataques da mão direita contra as cordas.
Tudo que o músico acumulara até então converge em um estilo próprio: a vivência com o punk rock, a sevirologia nas rodas de samba, a prática no terreiro, o repertório de referências trazidas do cinema e o percurso de incessante e diversa produção desde 2007 – quando lança “Padê”, seu primeiro registro fonográfico, em parceria com a cantora Juçara Marçal.
“Rastilho” coloca Kiko Dinucci no seu devido lugar: entre os melhores da música brasileira contemporânea – algo que já se anunciava em “Pastiche Nagô” (2008), se potencializou com o escoamento da produção inspiradíssima com as bandas Metá Metá e Passo Torto e se insinuava nos projetos em que ele atuou como um coadjuvante (jamais omisso), como nos discos “Mulher do Fim do Mundo” (2015) e “Deus é Mulher” (2018), de Elza Soares.
É de cair o queixo o alto nível de composição, a poesia visceral que combina delírio com comentário social, a estética do batuque sob o filtro do punk e a obstinação sem limites para explorar as possibilidades do violão. “Rastilho” bate em cheio e, passados quatro anos desde sua gravação em 2019, já está entre os grandes álbuns desse tempo.
O disco volta no capricho nesta reedição da Goma Gringa, com tiragem limitada a 350 cópias, LP transparente, capa dura e empastada forrada em laranja e embalagem externa especial. Vamos explodir!
— Ramiro Zwetsch, Radiola Urbana, outubro de 2023
• Edição nacional limitada de 350 cópias;
• Disco de 150gr transparente prensado pela Polysom;
• A capa é o nosso novo modelo: capa dura empastada simples, composta pelo seguinte:
— Capa: Impressão em cromia escala 4x0, laminação brilho;
— Contra-capa: Impressão em cromia escala 4x0, laminação brilho;
— Forro interno: Papel ColorPlus Cartagena 120gr;
— Envelope interno: Papel vegetal 140gr impresso em Pantone 1x0;
— Rótulos: Impressão em Pantone 2x0;
— Sobre-capa: Rede saco laranja.
A1. Exu Odara (Domínio Público, versão Kiko Dinucci) 2:44
A2. Olodé (Kiko Dinucci) 2:55
A3. Marquito (Kiko Dinucci) 4:08
A4. Vida Mansa (José Batista/Norival Reis) 3:31
A5. Foi Batendo o Pé na Terra (Kiko Dinucci) 3:19
B1. Febre de Rato (Kiko Dinucci) 3:34
B2. Dadá (Kiko Dinucci) 2:18
B3. Veneno (Kiko Dinucci/Rodrigo Ogi) 3:29
B4. Tambú e Candongueiro (Kiko Dinucci) 1:43
B5. Gaba (Kiko Dinucci) 1:52
B6. Rastilho (Kiko Dinucci) 3:09
Produção: Kiko Dinucci
Gravado nos dias 02, 03 e 04 de setembro de 2019 e mixado nos dias 04, 05 e 06 de novembro de 2019 no Estúdio Minduca em processo cem por cento analógio (fita).
Violão e voz: Kiko Dinucci
Côro nas faixas A2, A4, A5, B4 e B6: Dulce Monteiro, Maraísa, Graça Reis e Juçara Marçal
Voz na faixa B2: Ava Rocha
Voz na faixa B3: Ogi
Voz na faixa B3 e B5: Juçara Marçal
Gravação: Bruno Buarque e André Magalhães
Mixagem: Bruno Buarque e André Magalhães
Masterização: Felipe Tichauer (Red Traxx Mastering)
Capa: Pablo Saborido
Produção gráfica: Frederic Thiphagne
Foto still: Erick Gianezzi