André Djanikian: Algunos sentimientos no cambian junto a las estaciones
Entre cacos espalhados pelas calçadas, caminhos subterrâneos escuros e a música estrondosa que reverbera nos contornos daquilo que reconhecemos como nosso próprio casco. O sobe e desce pela escadaria sem fim de uma existência que vaga em busca de seus fragmentos, do fogo que queima os papéis revirados no chão, do desconhecido que abaixa a cabeça e recusa encontrar o olhar, do percurso em câmera lenta do trem que carrega em si a névoa de suas memórias embaralhadas. E a árvore adormecida vista pela fresta da janela não compartilha o segredo de que um dia irá florescer.
“Na escolha da imagem a ser retratada, algum desejo há em reencontrar o que acredita corresponder a quem se é. Estou sentado numa rua escura / respirando minha própria solidão [...] tenho medo de olhar nas latas de lixo / pois numa delas eu posso me encontrar. As folhas das árvores secam, caem ao chão, são levadas pelo vento. Os cabelos crescem, os monumentos são cobertos de pó e sal. A angústia não mente – no cambia, cambiando – e não se trata de uma mera ação do tempo… Quer mentir pra mentiroso?”
16x23,5cm, 120 páginas, 250 cópias, risografia, brochura, português, espanhol, inglês